A RPE


A Resistência Popular é uma organização político-social de estudantes, trabalhadores e trabalhadoras, setores comunitários e militantes engajados na construção de um outro jeito de construir a resistência contra as opressões cotidianas. Nos organizamos em torno dos mesmos princípios e concebemos uma visão específica do movimento popular.

Na Resistência Popular Estudantil, queremos nos somar na luta pela conquista e defesa dos interesses estudantis (universitários e secundários) e por uma Universidade pública, gratuita e a serviço das demandas do povo. 

Somos a vontade de construção de uma tendência (um estilo de trabalho e método de luta) que no movimento estudantil faça a defesa da organização estudantil por local de estudo e do fortalecimento de suas entidades de base (DA’s, CA’s, Grêmios Estudantis) enquanto instrumentos que, articulados, possam criar força social para a luta por uma educação digna feita pelo povo e para o povo.

Nossos Princípios

Na vida particular de cada um temos princípios que nos mostram o nosso caráter como pessoa. Nos movimentos populares também é assim: temos princípios que nos mostram o melhor caminho para seguir. Os princípios nos orientam, nos ajudam a fazer escolhas certas para a nossa luta.

- Democracia Direta e de Base: que todas as decisões que dizem respeito ao conjunto dos estudantes possam ser debatidas e decididas pelos estudantes, através de suas organizações de base como CAs, DAs e Grêmios Estudantis. Queremos que todos tenham voz e possam decidir sem que nenhum dirigente estudantil profissional nos diga o que fazer.

- Federalismo e organização por local de estudo: acreditamos que somente discutindo os problemas que nos afetam desde o nosso local de convivência diária é que podemos politizar nossas relações, mobilizar os setores da educação e garantir protagonismo e democracia de base para os estudantes. Trata-se de organizar de baixo para cima, da sala de aula para o curso, deste para o a instituto, desta para a Universidade e daí em diante. A Resistência Popular acredita que somente de baixo para cima as decisões podem ser fieis ao desejo, à vontade e à capacidade dos que lutam.

- Independência de classe: acreditamos que o movimento estudantil deve ser independente de ONGs, partidos, reitorias, governos, empresas e qualquer agente externo ao movimento, garantindo sua democracia e organização de base.

- Luta e Ação Direta: para a conquista de nossas reivindicações, de nossos direitos e de transformação social, propomos a ação direta como método de luta e de pressão aos nossos inimigos, sem intermediários, em que o estudante é protagonista em cada mobilização de rua, em cada marcha, em cada ocupação e enfrentamento, arrancando dos poderosos aquilo que nos é de 
direito.   

- Combate ao machismo, racismo e homofobia: nossa luta contra as mazelas do sistema que nos rodeia não pode deixar para trás o combate ao machismo, ao racismo e a homofobia, dentro e especialmente fora das salas de aula, dentro e fora dos movimentos sociais. É necessária a desconstrução cotidiana de nossos preconceitos e a construção de espaços de poder, de fala e de segurança para a auto-organização das mulheres, dos e das negras, da população LGBT e de todas as parcelas oprimidas.

- Compromisso coletivo e Solidariedade: estamos lado a lado e apoiamos as iniciativas populares, dos movimentos e organizações do povo. Não colocando qualquer fronteira à nossa solidariedade, apoiamos as lutas dos movimentos populares por terra, moradia, trabalho, saúde, transporte e por uma vida digna. A transformação social só será possível na união e coordenação de vários setores do povo: estudantes, sem terra, sem teto, catadores, operários, comunicadores...


 Como nos organizamos


Nos organizamos de maneria federalista, conforme nossos princípios, ou seja, operamos com diferentes núcleos, construídos a partir da adesão livre e consciente aos princípios e práticas que nos constituem. Os núcleos, chamados núcleos de base, podem ser formados por estudantes do mesmo curso, campus, universidade, escola ou até mesmo região. É formado por, no mínimo, três pessoas, reunindo-se periodicamente para analisar e discutir os problemas e questões específicas, organizar tarefas de propaganda ou mobilização e colocar a mão na massa junto a seus colegas nas tarefas necessárias para a construção de lutas em seus espaços de atuação.
Para além destes núcleos, há plenárias gerais por região, universidade ou escola. É nestas plenárias que fazemos formações, discutimos nossas linhas políticas para atuação de todas e todos, caracterizamos as situações nos diferentes locais, pensamos em uma política financeira que dê suporte a nossas atividades e conversamos sobre todo tipo de demanda do grupo.