quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

X ELAOPA - Encontro Latino Americano de Organizações Autônomas



  Construir o Poder Popular para a integração dos que lutam!

  Completamos 10 anos desde a primeira edição do ELAOPA em 2003 e seguimos por nossa América Latina orientados pelos princípios fundamentais que nos constituem.
Nos definimos como organizações sociais orientadas pela luta de classes e identidade como povos originais deste continente, com princípios de trabalho de base, democracia direta, solidariedade entre os de baixo, luta popular e autonomia dos oprimidos.
Mantemos a nossa independência frente a partidos políticos, Estado e seus governos, ONGs, empresas, e de todos aqueles que vêm nos dizer o que temos que fazer, com estruturas autoritárias e distantes de nossa realidade. Reivindicamos a autonomia porque é uma ferramenta para realizar nossos sonhos.

Fazemos as ações políticas a partir de nossas organizações sociais com a participação de todas e todos para criar um poder nosso, um Poder Popular. Desde o primeiro encontro nos propusemos a juntar nossas mãos e forças para mudar a realidade injusta e brutal de mais de 500 anos de opressão em nosso continente. Nessa América Latina que no final do século XX foi alvo das políticas neoliberais e do programa aplicado pelo Consenso de Washington promotor do livre comércio, das privatizações, da desregulamentação da economia, de reformas impositivas e da redução de gastos públicos. Nesse contexto, a ameaça vinha sob o a sigla ALCA, mas ao mesmo tempo eram diversas as lutas de resistência que impuseram derrotas parciais através da ação direta popular que derrubou governos, reverteu privatizações e colocou em xeque golpes de Estado. Foi desde então que o ELAOPA tem servido como um espaço de acúmulo de experiências organizativas diversas, fortalecendo os campos de atuação no meio popular, sindical, estudantil, comunitário, ambiental, campesino, etc.
Levando em consideração a realidade latino americana, é reconhecido que nessa última década tivemos algumas mudanças. No entanto, também devemos criticamente pontuar que essas mudanças tem encontrado limitações. Sabemos que existem diferenças importantes entre os governos neoliberais do passado e aqueles atuais intitulados de progressistas. Porém, ao mesmo tempo existem semelhanças estruturais entre esses governos e que se apresentam como limites para os sonhos de uma verdadeira emancipação da nossa gente.
Vivemos hoje uma tentativa de aliança entre os de cima e os de baixo, intermediada pelas políticas de conciliação de classes desses governos progressistas. Seguimos em nossas realidades com um modelo capitalista extrativista, sendo os principais países exportadores nos setores agro-mineral, entre aqueles que estão comprometidos com as principais multinacionais energéticas e de mineração do mundo. São essas concessões às multinacionais extrativistas aliadas as classes dirigente locais que garantem certa estabilidade financiando os crescentes gastos sociais que permitem a reeleição desses governos.
Estão em curso programas contra a pobreza e tem se registrado algum êxito na redução da miséria, mas isso tem sido conseqüência do crescimento econômico e não através da redistribuição da riqueza.
Na região os governos tem financiado projetos de infraestrutura em grande escala para vincular os setores agro-mineral aos mercados exportadores, devastando o meio ambiente sob a justificativa do desenvolvimento produtivo. Ao mesmo tempo, os projetos de integração na América do Sul evocam nos discursos desses governos a epopéia dos mártires que resistiram ao imperialismo colonial em busca da independência. Dessa maneira, tentam blindar os interesses das transnacionais através da Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sulamericana (IIRSA) com citações de Simon Bolívar, José Marti e Artigas.
Por isso afirmamos que para a emancipação dos oprimidos latino americanos o caminho segue sendo o da luta popular. A cooptação e o clientelismo são tentativas eficazes que sistema utiliza para nos fragmentar, mas não são capazes de sufocar a resistência. Seguimos firmes nas tarefas, organizando-se, lutando e resistindo na escala local, denunciando os projetos da IIRSA e fazendo o contraponto político e ideológico aos mecanismos de controle do sistema nesses cinco séculos de dominação em nosso continente. Vamos semeando a solidariedade, construindo o Poder Popular com independência de classe e promovendo a ação direta contra as injustiças. Pela integração dos que lutam!

X ELAOPA – 25, 26 e 27 de Janeiro de 2013 - Rio Grande do Sul/Brasil


http://www.elaopa.org/frontpage

X Encontro Latino Americano de Organizações Populares Autônomas – ELAOPA

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Oposição Sindical de Trabalhadores da Educação de Gravataí - RS

Socializamos o blog "Chão da Escola" de uma companheirada trabalhador(a) da Educação do município de Gravataí - RS que está se organizando para fortalecer a luta da categoria junto ao sindicato.



Todo nosso apoio e solidariedade militante!
TERP

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

E na CS-UFRGS: O movimento é CECS

Estamos juntos na construção de um movimento no curso de Ciências Sociais que estimule a apropriação da política estudantil por uma quantidade maior de estudantes, a partir de mais espaços de participação e diálogo, para que possamos somar forças para nos posicionar e propor frente as nossas demandas e questões. Nesta quarta, temos uma "convers-ação" sobre esses pontos, às 17h30 no "jardim" em frente ao bar do Antônio.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Encontro dos Trabalhadores do Estado da Intersindical


Fonte:http://intersindical.wordpress.com/2012/11/19/encontro-dos-trabalhadores-do-estado-da-intersindical/

Com o objetivo de debater a situação do serviço público nacional e a importância dos trabalhadores do serviço público para o processo de reorganização da classe trabalhadora brasileira, acontecerá nos dias 24 e 25 de novembro, o primeiro encontro dos trabalhadores do estado da Intersindical em Curitiba.

Vimos nos últimos anos uma série de greves e manifestações diversas dos trabalhadores do Estado nas suas diversas áreas. Todo esse processo de mobilizações recentes, com destaque para última greve do funcionalismo público federal e as greves na educação, foi o saldo de mais de 20 anos de ataques aos direitos dos trabalhadores do estado em nosso país. Desde as condições de trabalho à desvalorização salarial e da carreira, motivaram as diversas reações desse ramo importante da classe trabalhadora brasileira.

Analisar essa conjuntura para nos organizarmos ainda mais e melhor para o próximo período, esse é um dos objetivos centrais do encontro desse fim de semana.

Combinada a essa análise, teremos também tempo e espaço para a troca das experiências de organização sindical que vem sendo realizadas pela Intersindical no serviço público.

Confira a programação abaixo:


Encontro dos Trabalhadores do Estado da Intersindical


 Programação:


24/11 (sábado)


Manhã:

8h-9h:30 – Café e credenciamento


9h30-10h – Mesa de abertura


10h-12h:30 – Mesa de conjuntura (25 anos pra trás e olhando pra agora e pra frente)

Aprofundar o balanço dos últimos 25 anos do serviço público no país: privatizações, terceirizações, produtividade, intensificação, gratificações/desvalorização salarial.


12h30 – 13h30 – Almoço

 

Tarde:

14h às 16h – grupos de debate sobre pautas que nos unificam nas especificidades – os que elencamos: Educação/PNE, Saúde/SUS/Previdência (levantaremos outros pontos no dia, caso necessário).


16h:30 às 18h – plenária com síntese dos consensos e dos pontos a se aprofundar tirados nos grupos. O que for consenso encaminhamos e o que for para aprofundar encaminhamos para aprofundar tirando responsáveis/metodologia.

 

25/11 (domingo)


Manhã

9h-11h30 – Mesa de debate (troca de ideias sobre experiências de OLT e de trabalho sindical no serviço público)

Experiências que já se dispuseram a fazer esse debate:

Rio Grande do Sul – SIMPA

Paraná – SISMMAC


11h30-12h30 – painéis sobre os outros pontos: política de comunicação sindical, experiências organizativas, etc.

A ideia é que onde temos trabalho sindical/oposição possamos socializar as experiências que estamos desenvolvendo nesses diversos aspectos organizativos.

Todos estão convidados a trazerem suas experiências.

Encerramento do Seminário


Para + informações deixe nos um recado no blog que retornaremos.

domingo, 18 de novembro de 2012

Convite ao X ELAOPA



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Construir o Poder Popular para a integração dos que lutam!
Completamos 10 anos desde a primeira edição do ELAOPA em 2003 e seguimos por nossa América Latina orientados pelos princípios fundamentais que nos constituem.
Nos definimos como organizações sociais orientadas pela luta de classes e identidade como povos originais deste continente, com princípios de trabalho de base, democracia direta, solidariedade entre os de baixo, luta popular e autonomia dos oprimidos.
Mantemos a nossa independência frente a partidos políticos, Estado e seus governos, ONGs, empresas, e de todos aqueles que vêm nos dizer o que temos que fazer, com estruturas autoritárias e distantes de nossa realidade. Reivindicamos a autonomia porque é uma ferramenta para realizar nossos sonhos.
Fazemos as ações políticas a partir de nossas organizações sociais com a participação de todas e todos para criar um poder nosso, um Poder Popular. Desde o primeiro encontro nos propusemos a juntar nossas mãos e forças para mudar a realidade injusta e brutal de mais de 500 anos de opressão em nosso continente. Nessa América Latina que no final do século XX foi alvo das políticas neoliberais e do programa aplicado pelo Consenso de Washington promotor do livre comércio, das privatizações, da desregulamentação da economia, de reformas impositivas e da redução de gastos públicos. Nesse contexto, a ameaça vinha sob o a sigla ALCA, mas ao mesmo tempo eram diversas as lutas de resistência que impuseram derrotas parciais através da ação direta popular que derrubou governos, reverteu privatizações e colocou em xeque golpes de Estado. Foi desde então que o ELAOPA tem servido como um espaço de acúmulo de experiências organizativas diversas, fortalecendo os campos de atuação no meio popular, sindical, estudantil, comunitário, ambiental, campesino, etc.
Levando em consideração a realidade latino americana, é reconhecido que nessa última década tivemos algumas mudanças. No entanto, também devemos criticamente pontuar que essas mudanças tem encontrado limitações. Sabemos que existem diferenças importantes entre os governos neoliberais do passado e aqueles atuais intitulados de progressistas. Porém, ao mesmo tempo existem semelhanças estruturais entre esses governos e que se apresentam como limites para os sonhos de uma verdadeira emancipação da nossa gente.
Vivemos hoje uma tentativa de aliança entre os de cima e os de baixo, intermediada pelas políticas de conciliação de classes desses governos progressistas. Seguimos em nossas realidades com um modelo capitalista extrativista, sendo os principais países exportadores nos setores agro-mineral, entre aqueles que estão comprometidos com as principais multinacionais energéticas e de mineração do mundo. São essas concessões às multinacionais extrativistas aliadas as classes dirigente locais que garantem certa estabilidade financiando os crescentes gastos sociais que permitem a reeleição desses governos.
Estão em curso programas contra a pobreza e tem se registrado algum êxito na redução da miséria, mas isso tem sido conseqüência do crescimento econômico e não através da redistribuição da riqueza.
Na região os governos tem financiado projetos de infraestrutura em grande escala para vincular os setores agro-mineral aos mercados exportadores, devastando o meio ambiente sob a justificativa do desenvolvimento produtivo. Ao mesmo tempo, os projetos de integração na América do Sul evocam nos discursos desses governos a epopéia dos mártires que resistiram ao imperialismo colonial em busca da independência. Dessa maneira, tentam blindar os interesses das transnacionais através da Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sulamericana (IIRSA) com citações de Simon Bolívar, José Marti e Artigas.
Por isso afirmamos que para a emancipação dos oprimidos latinoamericanos o caminho segue sendo o da luta popular. A cooptação e o clientelismo são tentativas eficazes que sistema utiliza para nos fragmentar, mas não são capazes de sufocar a resistência. Seguimos firmes nas tarefas, organizando-se, lutando e resistindo na escala local, denunciando os projetos da IIRSA e fazendo o contraponto político e ideológico aos mecanismos de controle do sistema nesses cinco séculos de dominação em nosso continente. Vamos semeando a solidariedade, construindo o Poder Popular com independência de classe e promovendo a ação direta contra as injustiças. Pela integração dos que lutam!

X ELAOPA – 25, 26 e 27 de Janeiro de 2013
Rio Grande do Sul/Brasil

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Plano Nacional da Educação 2011-2020

Em nossas últimas Plenárias procuramos ler, discutir e analisar o Plano Nacional de Educação, macro política que tem sido pauta não só dos setores estudantis e de trabalhadores da educação como de outros movimentos socias do campo e da cidade. Acreditamos na necessidade desse esforço de análise e discussão para melhor compreensão do contexto em que a educação brasileira está inserida e quais são as linhas e o discurso oficial e geral que vem sendo difundido pelos governos e pelos grandes meios de (des)comunicação. Não que tenhamos que condicionar nossa prática militante em função dessas políticas, mas sim precisamos compreender melhor aquilo que nos afeta, no dia a dia, para estarmos melhor preparados.

Estamos sistematizando nossas discussões e análises e assim que conseguirmos, disponibilizaremos esse material para leitura e download.

Aqueles que se identificarem, convidamos a juntar-se a nós nessa construção.

Por um movimento estudantil solidário, classista e combativo!
Tendência Estudantil Resistência Popular

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cine-debate no Morro Santana!!!

Cine-debate com exibição do documentário IMPASSE sobre a luta pelo transporte público em Floripa - SC. Vamos debater nossos problemas no transporte "público" e como lutar para mudar essa situação!


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Construindo o MECS!

O ENECS, instância máxima de deliberação dos estudantes de Ciências Sociais, em seu último encontro definiu, entre várias questões (possíveis de serem lidas aqui e aqui), a configuração dos GTPs e "bandeiras" para o ano de 2012.

Os GTPs ficaram assim:

- Ciências Sociais no Ensino Médio: UFRRJ, UFV, UFMT.
- Combate às opressões, raça e etnia: UFU, UFMG, UFC.
- Precarização do ensino e projeto de universidade: UFRJ, UEM, UNIOESTE.
- Memória do MECS: USP
- Universidades Pagas: PUC-MG, UNISINOS.
- Formação e atuação profissional: UFRGS, UFES, UECE, UFC.
- Estatuto: CN 2011 e 2012

E as bandeiras:

- Bandeira Carro-Chefe Específica – Ciências Sociais  no Ensino Médio e Atuação/Formação do Cientista Social.
- Bandeira de Carro-Chefe Geral: Que a ANECS atue na pauta de remoções em populações urbanas e  rurais  – a exemplo de indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores, sem terra, populações suburbanas, removidas pelo agronegócio, especulação imobiliária e pelos mega eventos (copa do mundo, olimpíadas).

Assim, a escola UFRGS (Centro Acadêmico, coletivos e indivíduos) ficou responsável pelo GTP Formação e Atuação do Cientista Social que também é uma das bandeiras específicas de organização da ANECS.

Após a última Assembleia do Curso, ficou decidido um encontro para iniciar os trabalhos do GTP na UFRGS: 16/10, às 17h30, em frente ao CECShttp://www.facebook.com/events/341468585949420/

Some-se nessa construção! Fortalecendo as demandas, organização e luta dos estudantes de Ciências Sociais!


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Por quê Autogestão?

Autogestão são formas de se organizar em grupo que prezam relações horizontais, descentralizadas, autônomas e que trabalhem para uma coletividade. 

Portanto, um grupo autogestionário se caracteriza pelo fato de as pessoas envolvidas nele se responsabilizam juntas por aquilo que decidem fazer em conjunto, não havendo hierarquias ou líderes, sendo todos responsáveis pelas  atividades que consideram necessárias para seu funcionamento.


Por isso é fundamental para a Autogestão fluir haver certo comprometimento e envolvimento das pessoas dispostas em exercitá-la, caso contrário, é muito comum que aquilo que esse grupo deseja realizar seja feito apenas por alguns, descaracterizando o que se propuseram com a Autogestão. 


Todos podem ser protagonistas e devem fazer o que está em seu  alcance para que a organização autogestionária aconteça, esperar  que os outros façam aquilo que se pode fazer é o início da sobrecargade trabalho de alguns e centralização das funções; quanto mais  pessoas pegarem junto em um processo, colaborarem entre si e fazerem trocas construtivas, mais orgânico e unido fica o grupo, tornando o trabalho coletivo mais fácil, sólido e prazeroso. 
Não existem modelos para que a Autogestão aconteça, desde que prezem a construção coletiva e horizontal, cada grupo deve se organizar da maneira que melhor corresponda sua dinâmica.

A Autogestão é um princípio fundamental para a Economia Solidária. A capacidade que as pessoas podem e devem ter para produzir, trocar e distribuir seus produtos gera autonomia, questiona as estruturas que legitimam a sociedade desigual, exploradora e degradadora do meio ambiente por girarem uma economia com uma outra lógica que não é a Competição e Acumulação, e sim pela Solidariedade: trocas,comércio justo, feiras....Esses movimentos estimulam os indivíduos se enxergarem como capazes de gerirem sua própria vida, sem delegar isso a corporações ou patrões, de se verem como parceiros na construção de novos modelos de organização social.


Cooperativas são organismos que também constituem a Economia Solidária, se organizam de forma autogestionária e possuem objetivos de gerar autonomia econômica, política e social aos envolvidos. É possível organizar Cooperativas Estudantis que respondam as demandas da vida estudantil (materiais, produções acadêmicas próprias, custo para participação de eventos...) a partir da organização coletivas que se pautem a partir de trocas solidárias.

* Contribuição para a discussão (e auxiliar na construção) da  Feira de Trocas e Vivências



terça-feira, 9 de outubro de 2012

Programe-se!

Se for do IFCH, te liga na Assembleia e nas Resoluções 17 e 19 do CEPE:


Aos estudantes do Vale e demais interessados em escambar:



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Preparação para a Feira de Trocas e Vivências

Até o dia 10/10 muito ainda precisa ser organizado, se liga nas datas e colabore:

Quinta (04/10) - 17h no CV (levar material

 para cartazes e mais ideias pro dia da feira)


Sexta (05/10) - 14h até ficar tudo ficar pronto:

MUTIRÃO de LIMPEZA do CV 




domingo, 30 de setembro de 2012

Contextualização do "Impasse"

O Documentário Impasse retrata o processo de mobilização de 2010, entretanto, ele é fruto de uma continuidade de lutas pelo transporte público em Florianópolis. Segue abaixo o vídeo "Amanhã será maior" que retrata a Revolta da Catraca de 2004-2005 e a Carta de Princípios do MPL - Movimento pelo Passe Livre que influenciou no modo de organização e ação dessa pauta.


[Carta de princípios do Movimento Passe Livre
28 de janeiro de 2005
Alterada no 3º Encontro Nacional do Movimento Passe Livre, no dia 30 de julho de 2007
Princípios organizativos do Movimento Passe Livre Nacional
O Movimento Passe Livre é um movimento horizontal, autônomo, independente e apartidário, mas não antipartidário. A independência do MPL se faz não somente em relação a partidos, mas também a ONGs, instituições religiosas, financeiras etc.
Nossa disposição é de Frente Única, mas com os setores reconhecidamente dispostos à luta pelo Passe-Livre estudantil e pelas nossas perspectivas estratégicas. Os documentos assinados pelo Movimento devem conter o nome Movimento Passe Livre, evitando, assim, as disputas de projeção de partidos, entidades e organizações.
A via parlamentar não deve ser o sustentáculo do MPL, ao contrário, a força deve vir das ruas.
Os princípios constitutivos do MPL serão definidos somente pelo método do consenso. Nas deliberações não referentes a princípios, deve-se buscar propostas consensuais, na impossibilidade, deve-se ter previsto o recurso à votação.
Perspectivas Estratégicas
O MPL não tem fim em si mesmo, deve ser um meio para a construção de uma outra sociedade. Da mesma forma, a luta pelo passe-livre estudantil não tem um fim em si mesma. Ela é o instrumento inicial de debate sobre a transformação da atual concepção de transporte coletivo urbano, rechaçando a concepção mercadológica de transporte e abrindo a luta por um transporte público, gratuito e de qualidade, como direito para o conjunto da sociedade; por um transporte coletivo fora da iniciativa privada, sob controle público (dos trabalhadores e usuários).
O MPL deve ter como perspectiva a mobilização dos jovens e trabalhadores pela expropriação do transporte coletivo, retirando-o da iniciativa privada, sem indenização, colocando-o sob o controle dos trabalhadores e da população. Assim, deve-se construir o MPL com reivindicações que ultrapassem os limites do capitalismo, vindo a se somar a movimentos revolucionários que contestam a ordem vigente. Portanto, deve-se participar de espaços que possibilitem a articulação com outros movimentos, sempre analisando o que é possível fazer de acordo com a conjuntura local.
Os projetos reivindicados para a implementação do passe livre para uma categoria não devem implicar em aumento das tarifas para os demais usuários.
O MPL deve fomentar a discussão sobre aspectos urbanos como crescimento desordenado das metrópoles, relação cidade e meio ambiente, especulação imobiliária e a relação entre drogas, violência e desigualdade social.
O MPL deve lutar pela defesa da liberdade de manifestação, contra a repressão e criminalização dos movimentos sociais. Nesse sentido, lutar contra a própria repressão e criminalização de que tem sido alvo.
Organização e constituição
O apoio mútuo deve ser a base que garante a existência do movimento em nível movimento nacional.
O MPL se constitui através de um pacto federativo, isto é, uma aliança em que as partes obrigam-se recíproca e igualmente e na qual os movimentos nas cidades mantêm a sua autonomia diante do movimento em nível federal, ou seja, um pacto no qual é respeitada a autonomia local de organização.
As unidades locais devem seguir os princípios federais do movimento. Ressalta-se que o princípio da Frente Única deve ser respeitado, estando acima de questões ideológicas.
O MPL em nível federal é formado por representantes dos movimentos nas cidades, que constituem um Grupo de Trabalho (GT). O GT é formado por pelo menos 1 e no máximo 3 membros referendados pelas delegações presentes no Encontro. Os grupos locais de luta não presentes devem ter o aval dos movimentos que fizerem parte do GT. Deve-se garantir a rotatividade dentro do GT de acordo com as decisões do MPL local.
Semana Nacional de Luta pelo Passe Livre
A semana do dia 26 de outubro fica definida como Semana Nacional de Luta pelo Passe-Livre. Preferencialmente, as mobilizações devem ocorrer no dia 26 de outubro, e se possível no mesmo horário. Os MPLs locais devem ter autonomia para definir as atividades a serem realizadas. O GT deve procurar obter a programação de todas as cidades para divulgar por meios eletrônicos e outros.
Outras resoluções
- O MPL deve utilizar mídias alternativas para a divulgação de ações e fomentar a criação e expansão destes meios. Já o contato com a mídia corporativa deve ser cauteloso, entendendo que estes meios estão diretamente atrelados às oligarquias do transporte e do Poder Público.
- O MPL se coloca contra todo tipo de preconceito (racial, sexual, gênero etc.).]

terça-feira, 25 de setembro de 2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Entrevista: Eloisa e o Movimento Pinguim Chileno

A jovem de 17 anos, Eloísa González, é um dos rostos mais visíveis dos “pinguins”, como são chamados os alunos secundaristas. Ela afirma, na entrevista abaixo, que o governo de Piñera aposta no desgaste e na divisão do movimento estudantil.

A reportagem é de Christian Palma e está publicada no jornal argentino Página/12, 27-08-2012. A tradução é do Cepat.

Em 08 de agosto passado, quando no meio de uma das tantas marchas protagonizadas pelos estudantes entre 2011 e 2012 foram queimados três micro-ônibus em Santiago, a jovem de 17 anos e porta-voz da Assembleia de Estudantes Secundaristas (Aces), Eloísa González, sua voz não tremeu para acusar o governo de Sebastián Piñera de tentar criminalizar o movimento estudantil. O fez diante das câmaras de TV de cobertura nacional. Depois moderou suas palavras, mas deu conta do caráter da nova cara visível dos pinguins, o que, de passagem, incendiou outra vez a causa estudantil chilena, como reconhecem todos os atores.

Eloísa claramente acendeu as alarmas nos escritórios das autoridades, que viam como mesmo com o passar do tempo as mobilizações não permaneciam paradas. Inclusive o prefeito de Santiago, Pablo Zalaquett, a qualificou de “uma das lideranças mais negativas que viu nos últimos tempos”, acusando-a de incentivar a violência. Ela, contudo, segue dando a cara, como no sábado – depois que as forças policiais dissolveram um encontro de secundaristas –, quando declarou que “a violência traz mais violência e na democracia não é a forma de se expressar. Não devemos nos fazer de vítimas caso nos provoquem”.

Com essa franqueza, a moça de cabelos ruivos, que vive sozinha com sua mãe professora, quer estudar literatura ou economia e reconhece abertamente sua condição de lésbica, conversou com o Página/12 fora da casa central da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, onde temas como a educação gratuita e de qualidade, o fim do lucro e o retorno da educação pública ao governo central se misturam com os ideais da nova líder.

Você lidera a Aces, a ala mais radical dos secundaristas. Como é o trabalho diário na assembleia?
No movimento estudantil secundarista historicamente existiram várias organizações principais, uma que acredita num modelo federativo e outra no modelo de assembleias que permite fazer melhor as tarefas e que conta com a participação de estudantes de base, que é onde eu participo. Aqui todos trabalham por igual, quem fala nos meios de comunicação também sai para “machetear” (pedir na rua) dinheiro, fazer faixas para as assembleias. Todo o mundo tem tarefas, incluindo-me a mim. Cada semana participam em média 50 liceus.

A Aces é mais combativa, então. Convoca os colégios periféricos?
A assembleia representa colégios mais periféricos que não estiveram em outras organizações. Quanto à questão da combatividade, nos definimos como uma assembleia analítica, mas ao mesmo tempo de ação, ou seja, combinamos mais coisas; as mobilizações nos permitem gerar propostas, mas também reforçar as mobilizações.

Na ocasião em que foram queimados três micro-ônibus o governo veio com tudo para cima de você. Como toma essas críticas?
A responsabilidade não é nossa. Nós marchamos, nós ocupamos os colégios e explicamos as nossas demandas, que têm a ver com a crua realidade em que estamos vivendo como secundaristas. Acreditamos que a violência fundamental é a que se dá no dia a dia no interior dos estabelecimentos, isto não aconteceria se o governo nos desse uma solução imediata para o conflito.

Mas se individualizou em você?
Foi um ataque direto à minha pessoa, mas como eu represento uma assembleia, deixamos claro que respondo pelo que se decide em conjunto e a melhor ferramenta que temos para descartar as acusações contra mim é que eu represento um amplo movimento de secundaristas.

Concorda em que vocês deram um novo impulso ao movimento este ano?
Sim, efetivamente, mas os secundaristas historicamente foram da linha de frente e levantaram os movimentos estudantis porque nunca houve uma resposta concreta às nossas demandas, nem um mínimo avanço, mas antes o aprofundamento e a imposição da agenda privatizadora do governo.

Desde quando não conversam com o governo?
Ufff, desde o ano passado buscamos respostas que nunca chegaram.

O governo aposta no desgaste?
O Executivo aposta no desgaste e na divisão, e critica o movimento estudantil com políticas que buscam baixar o perfil.

Que avaliação fazem do ministro da Educação, Harald Beyer?
É de uma linha muito mais dura que os dois ministros anteriores, muito mais fechado ao diálogo e mais reacionário às nossas demandas e isso faz mal a ele e à sua gestão. Deve entender que aqui houve dois ministros que já foram substituídos e, diante disso, deveria hoje preocupar-se com a situação em que nos encontramos.

O movimento se radicalizou?
No twitter se diz que o ministro não passa de agosto (ri). Ele deveria se preocupar com as mobilizações e tratar de dar respostas logo, porque se as mobilizações aumentarem as coisas ficarão difíceis para ele.

Foi uma falha não se coordenar melhor no ano passado com os universitários?
Sim. Em 2011 não nos consideraram tanto. Isto aparecia como uma política dos universitários. Este ano nos validaram com a coordenação das marchas.
Errou neste sentido a gestão de Camila Vallejo.
Não apenas a gestão dela, mas a de todos os líderes universitários. Este ano houve uma mudança de dirigentes e uma mudança de política deles.

O que virá para os próximos dias?
No dia 28 [ontem] nos somamos à greve de secundarista, universitários e professores e virão mais ocupações de liceus na periferia.

Sua luta apontará para as reivindicações das minorias?
Dependerá de onde estiver. Agora a minha luta é pelos secundaristas, serei universitária e o farei a partir dali. Mas está ligado ao fato de que aqui estamos lutando pelos direitos fundamentais do povo e dizendo não à discriminação em todo sentido. Não tenho líderes espelho. Nem gosto de nenhum político ou partido. Não vou votar nas eleições municipais porque não vejo as eleições como um mecanismo que acredita em mudanças de verdade. Também não voto nas eleições presidenciais. Não simpatizo com nenhum candidato, não creio no critério do mal menor, os movimentos sociais devem propor o que querem para produzir mudanças.

FONTE: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/512913-eloisa-uma-lider-pinguim

terça-feira, 14 de agosto de 2012

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ato político cultural de lançamento da Outra Campanha RS / 2012

Neste dia 5 de agosto, faremos o lançamento da Outra Campanha em Porto Alegre, com um ato político-cultural no Largo Zumbi dos Palmares, a partir das 15 horas, com intervenções, apresentação de teatro e de bandas convidadas.

Convidamos a tod@s para construir A Outra Campanha, que é uma articulação aberta a companheir@s, grupos e movimentos populares e autônom@s interessados em agitar uma outra forma de fazer política, com base no protagonismo e na luta popular. É na luta que se cria o poder popular, que fazemos valer nossos direitos e arrancamos conquistas das elites políticas e econômicas. Para que essa luta se fortaleça, é preciso resgatar a autonomia das pessoas, para que possamos determinar as condições de nossas vidas e de nossas comunidades, sem ficarmos à mercê do capital e da política institucional. É nesse caminho que se faz necessária uma campanha pela construção do poder popular.

A Outra Campanha é inspirada em La Otra Campaña organizada pelos zapatistas e espalhada pelo mundo. Trata-se de uma iniciativa plural, em que a participação de tod@s é importantíssima, pois a articulação dos indivíduos e movimentos autônomos, com suas especificidades, é nossa maior arma de resistência na luta anticapitalista. Nosso objetivo é a construção de um povo forte. Para isso, é preciso organizar desde a base, combatendo os privilégios, a burocracia e o sectarismo de cada dia.

Nossas urgências não cabem nas urnas!


Lutar e vencer para além das eleições, pela força das ruas!

outracampanhabrasil@gmail.com
http://www.facebook.com/aoutracampanhasul

terça-feira, 24 de julho de 2012

Informativo do Comando Nacional de Greve Estudantil nº 11

Informativo do CNGE - nº11

Greve da educação radicaliza em Brasília e afirma que a Educação não vai pagar pela crise!

A última semana foi um marco na greve da educação que já ultrapassa 2 meses. Mesmo já atingindo muitos dias parados, a disposição para a luta segue forte, e foi possível realizar no dia 18 uma Marcha Unificada com a presença de mais de 10 mil pessoas, entre professores, técnico-administrativos, servidores federais e estudantes. Dentro da Marcha, o CNGE executou uma ação radicalizada articulada com as outras categorias de jogar bexigas com tinta amarela e preta na parede do Ministério da Educação, deixando as marcas da nossa greve. O acampamento na Esplanada representou uma grande vitória da resistência do movimento grevista, já que não acontecia uma atividade como essa, com a unidade e a força que teve, desde fins da década de 80.

Tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra Educação!

No dia seguinte, quinta, foi realizado um bloqueio das entradas no Ministério do Planejamento, com o objetivo de impedir o seu funcionamento para pressionar a negociação com as categorias. Após algumas horas com o ministério parado, representantes do MPOG receberam os comandos de greve do ANDES-SN, FASUBRA, SINASEFE e também dos estudantes. O governo argumenta que não há dinheiro para gastar, ainda mais num “momento delicado como o que vivemos com a crise econômica mundial”. O CNGE alerta a todos(as) os(as) estudantes: em período de crescimento econômico, o governo não investiu muito menos priorizou a educação, e agora usa o argumento da crise como suposta justificativa. Prova disso é que gasta quase metade do orçamento federal para o pagamento dos juros da divida que vão direto para o bolso dos banqueiros e grandes empresários, enquanto menos de 4% são investidos em educação. É por isso que em Marcha, os estudantes cantavam: “Por essa crise, não vou pagar. Dinheiro tem, é só priorizar!”. Além disso, incorporamos como uma consigna geral do Comando, reforçando a batalha pela ampliação do investimento dos 10% do PIB para a educação pública já e a solução dos problemas específicos que vivem as Instituições Federais, o repasse de R$ 2 bilhões pra assistência estudantil, que hoje representa apenas R$ 500 milhões.

Comando Nacional se fortalece em todo o país!

No mesmo dia 19 os estudantes realizaram a reunião do Comando Nacional ampliado, contando com a participação de cerca de 200 estudantes e 64 delegados. A reunião representou um importante avanço nos debates e pautas nacionais da greve, além de demonstrar a força, o reconhecimento e a legitimidade conquistada. Foi possível incorporar como uma nova consigna geral o eixo “A educação não vai pagar pela crise!”, além de avançar nas pautas dos secundaristas e dos estudantes de pós-graduação. Com debates acalorados, mas que reforçaram a importância da unidade do movimento estudantil, a reunião foi fundamental para fortalecer e legitimar ainda mais nossas pautas. O Comando votou pela realização de debates sobre o tema da “Reorganização do Movimento Estudantil”, que deve ser organizado pelos comandos locais a partir de um indicativo de data que será discutido pelo CNGE. Uma das principais resoluções foi a construção da Semana de atos radicalizados, a ser realizados nesses próximos dias. A idéia é realizar diferentes ações, como atos de rua, bloqueios de estrada, ocupações das secretarias do MEC, etc.

A greve continua: Dilma a culpa é sua!


Hoje, dia 23 de julho, aconteceu a segunda reunião de negociação com o ANDES-SN. De acordo com informes da Marinalva de Oliveira, presidente do ANDES-SN, a reunião representou um verdadeiro impasse, já que não houve qualquer sensibilização do governo frente às propostas dos professores. Portanto, não se avançaram as negociações, e uma nova reunião foi marcada para amanhã, dia 24, com representantes do MPOG e MEC. Nesta reunião será pautada a possibilidade de negociação com o CNGE, e os representantes irão até o ministério para pressionar o governo a avançar também nas pautas estudantis.


Construir uma Semana de Mobilizações rumo ao dia 31!

A partir desses informes, fica claro que segue grande a força da greve, por um lado, e a intransigência do governo Dilma nas negociações, por outro. Nesse sentido, a orientação do CNGE é que os comandos locais discutam as possíveis iniciativas para realizar nas Instituições Federais e ruas das cidades. É claro que cada realidade local vai impor limites e traçar possibilidades do que pode ser feito. É importante procurar as outras categorias para buscar ações unitárias, tendo como perspectiva a construção do dia 31. Será um novo dia unificado de mobilizações descentralizadas, unificado com os professores e técnico-adminstrativos, marcando o fim do prazo dado pelo governo para a negociação.


sábado, 21 de julho de 2012

Professores reprovam a proposta do governo e se preparam para a reunião com MPO

Assembleias Gerais, realizadas em todo o país, entre os dias 16 e 20 de julho, reprovaram a proposta apresentada pelo governo no último dia 13 e reafirmaram a continuidade e o fortalecimento da greve.

Por entenderem que a proposta do governo aprofunda a desestruturação da carreira, impõe a intensificação do trabalho docente e sequer repõe a inflação do período de 2010 a 2015 para a grande maioria dos docentes, os representantes das IFE, no Comando Nacional de Greve, estão reunidos construindo os elementos da intervenção na mesa para dar continuidade à negociação em 23 de julho no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Importa informar que um documento sintetizando o item da pauta sobre melhoria das condições de trabalho foi protocolado hoje no Ministério da Educação e na ANDIFES.

Em defesa da reestruturação da carreira, melhores condições de trabalho e valorização salarial

VIGÍLIA NOS ESTADOS NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA
A GREVE É FORTE, A LUTA É AGORA!

CNG ANDES-SN, 20 de julho de 2012

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Moção de apoio aos ocupantes da reitoria da UFPR

A militância estudantil da Resistência Popular do Rio Grande do Sul gostaria de saudar a todos(as) os(as) estudantes e trabalhadores que vem construindo esse movimento grevista em seu dia a dia, em cada mobilização, em cada panfletagem, em cada ato de rua e assembléia e que vem pautando melhores condições de trabalho e uma educação realmente pública, gratuita e de qualidade.

Apoiamos aqui no Rio Grande do Sul e em qualquer canto deste Brasil a ação direta das 3 categorias em greve, pois acreditamos que somente através da luta direta e tendo os trabalhadores e estudantes enquanto protagonistas de todo o processo é que vamos conseguir avançar rumo a uma negociação que não nos torne reféns e que ao final desse ciclo de lutas possamos obter aquilo que desejamos. Neste momento, precisamos confiar em nossas próprias forças, em cada companheiro e companheira que está ao nosso lado, somando esforços coletivos pra mostrarmos que não somos brinquedos e que para além das tentativas de centralização e burocratização do movimento pelos partidos, o ME combativo segue firme em sua luta! Mostrando que o discurso governista não nos convence e que é nestas ações de ocupação e resistência que mostraremos o quanto estamos dispostos a lutar por uma universidade realmente popular.

Dentro disso, queremos nos solidarizar e saudar a militância estudantil ocupante da Reitoria da UFPR e dizer que para além das possíveis conquistas que possamos obter, essa ocupação e cada ação diária que vem sendo construída só tem a somar positivamente no acúmulo que precisamos ter para mudar esse sistema em que nos obrigam a viver. Desde já repudiamos qualquer ação de repressão que possa ser utilizada pelo Estado contra os estudantes da UFPR e os demais em luta por todo o país! 

Que cada iniciativa que possibilite a participação direta do e da estudante seja pedagógico no sentido de contribuir para nosso empoderamento enquanto sujeitos coletivos e políticos. Que possamos fincar os alicerces do Poder Popular, tão necessário para as transformações reais que queremos.

Viva todos(as) os(as) companheiros(as) que lutam!
É Greve Geral em toda Federal!
Estude e Lute!

TENDÊNCIA ESTUDANTIL RESISTÊNCIA POPULAR

terça-feira, 10 de julho de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

NOTA PÚBLICA DO COLETIVO QUEBRANDO MUROS SOBRE A OCUPAÇÃO DA REITORIA UFPR: NENHUM PASSO ATRÁS: OCUPAR E RESISTIR RUMO ÀS CONQUISTAS!

Reproduzimos a Nota Pública do Coletivo Quebrando Muros do Paraná sobre a Ocupação da Reitoria da UFPR no dia 03 de Julho.


http://quebrandomuros.wordpress.com/


NOTA PÚBLICA DO COLETIVO QUEBRANDO MUROS SOBRE A OCUPAÇÃO DA REITORIA UFPR: NENHUM PASSO ATRÁS: OCUPAR E RESISTIR RUMO ÀS CONQUISTAS!

A greve estudantil na UFPR, que já dura mais de um mês, vem mantendo @s estudantes mobilizad@s em assembleias semanais – já ocorreram seis – em atos e comandos de greve locais, por campus e para coordenar a luta como um todo, no comando geral. Desde a instalação do comando de greve – deliberado em assembleia estudantil – os estudantes encaminharam uma comissão de negociação para tratar de negociar nossas pautas junto a Reitoria. Desde o dia 14 de junho, em ato público conjunto das três categorias entregamos nossas pauta para a Reitoria. No dia 19 de junho foi realizada a primeira rodada de negociação! Neste período em que se estenderam as negociações de nossa comissão junto a representação da administração, muito pouco avançou no que tange às pautas estudantis e mais, podemos afirmar que estas foram inférteis, definitivamente não acumularam nada em nossas demandas. Desde o começo da negociação, a Reitoria gastou muito tempo da nossa comissão afirmando seu compromisso com a Universidade pública e sua qualidade, e afirmando seu comprometimento junto @s estudantes. Porém, nada conseguimos além de promessas vazias (sempre para depois da greve, ou em algum lugar longínquo), quando não, a Reitoria reiterou o quanto já está trabalhando em prol d@s estudantes, simplesmente deslegitimando nossas demandas e afirmando já supri-las. Mais ainda, em certos momentos, por meio de seus representantes, hostilizou as manifestações estudantis como, por exemplo, no episódio protagonizado pela pró-reitora de assuntos estudantis, Rita.

E hoje (4), na VI Assembleia Geral dos Estudantes da UFPR, após o ato nacional dos estudantes pela educação – 3J – por entenderem que a negociação não estava apresentando resultados concretos, os estudantes lançaram mão de seu instrumento de luta histórico: ocupação da reitoria.

Nós, do Coletivo Quebrando Muros, acreditamos que o movimento deve ser construído pela ação direta e que suas conquistas se dão através da luta e força que “os de baixo” podem exercer por meio deste instrumento. Ou seja, defendemos o uso do instrumento de ocupação (ação direta) por ele empoderar a base no processo de luta, redimensionando as estruturas de poder e construindo relações baseadas na coletividade e horizontalidade. Nesse sentido, construir a luta desse modo não é somente eficiente para o avanço nas conquistas concretas, mas também para o acúmulo de consciência e organização, decorrentes das reflexões possíveis proporcionadas por esses momentos nos quais tomamos as rédeas do movimento, permitindo repensar todas as relações de poder colocadas na nossa sociedade, propondo alternativas germinais para a organização desta.

Hoje, diante da ocupação pelos estudantes, a Reitoria apresenta um posicionamento diferente do apresentado no ano de 2011 – nessa época apenas com a ocupação ela se mostrou disposta a apresentar propostas concretas para as pautas dos estudantes e agora afirma que “a negociação com os estudantes está suspensa até que eles desocupem a reitoria”, o que caracteriza claramente, uma tática para tentar desmobilizar os estudantes em suas movimentações de greve, mostrando que nossa Reitoria esta afinada com o Governo Federal e sua estratégia de desmontar o movimento estudantil. Tal resolução é ratificada também pela reunião da ANDIFES que orienta aos reitores a não negociarem com grevistas.

Ressaltamos que uma das maiores preocupações do movimento estudantil da UFPR é a garantia da integridade e manutenção do patrimônio da Universidade, financiada pelo dinheiro público e ao invés de temer que os estudantes possam destruí-lo ou danificá-lo de alguma forma, a Reitoria deveria perceber que quem não cuida deste patrimônio é ela própria, em conjunto com o governo federal, a exemplo das privatizações e precarizações de forma geral, como podemos observar ocorrendo dentro da universidade. Atualmente elas ocorrem sob o manto do REUNI, criação de cursos de especialização pagos, falta de professores, salas super-lotadas de alunos, privatizações, terceirizações e etc.

E como se o movimento estudantil grevista já não enfrentasse problemas com as burocracias do Estado, passa a ter de enfrentar as burocracias do movimento, ambas velhas parceiras. Os nossos supostos “representantes” (UNE) tentam tomar a direção deste processo através de golpes ao movimento como, por exemplo, sentar em uma mesa para “discutir” (negociar) com o nosso ministro da educação Aloízio Mercadante. A UNE tenta assumir o papel que foi designado ao Comando Nacional de Greve dos Estudantes pela base estudantil através de Assembleias Gerais locais. Enxergamos nesta atitude da UNE um claro golpe no movimento, mais uma vez cumpre o papel a que foi designada na burocracia do Estado: servir como correia de transmissão de interesses do mesmo e de seus partidos gestores hoje (o PT, e mesmo o PC do B que aparelha a entidade). Tal atitude demonstra o grau de burocratização a que esta entidade chegou, demonstrando o quão nociva é a associação das entidades que devem ser “dos de baixo” as esferas do Estado, e a tendência que este tem de arrastar as lutas para as instâncias institucionais, fazendo do movimento parte do corpo estatal. Temos a noção que o Estado não é uma instituição neutra, pelo contrário, tem a função de salvaguardar a ordem dominante e promover a conciliação entre os contraditórios interesses que se apresentam na sociedade. Nesse sentido não acreditamos na possibilidade de disputa deste, que tem um caráter bem definido, nem na construção de um “Estado dos trabalhadores” tampouco “popular”, as conquistas e transformações que o movimento constrói só podem ser efetivadas contra o Estado. Logo não há ligação benéfica possível entre Estado e movimento, este deve se constituir fora dos marcos do Estado e ter completa independência.

Além disso, esta “velha forma” de fazer o movimento hoje se encontra em crise. É amplamente questionada pelo movimento estudantil que vem organizando as greves e ocupações de Reitoria pelo Brasil, tendo esta crítica se expressado concretamente no movimento que hoje se organiza pautado pela democracia direta, delegação e, claro, tendo como método de atuação a ação direta. Esta “forma velha”, a da representatividade indireta, hoje encarnada e reivindicada pelos burocratas do movimento que desejam ser a voz “oficial” d@s estudantes, busca se expressar como a autoridade do movimento e é rechaçada pel@s estudantes em luta, a exemplo disso o repudio a UNE e ao DCE – UFPR por da assembleia de estudantes da UFPR. A participação d@s estudantes nesta forma se resume a escolher um representante e deixar que ele o represente da maneira que achar mais adequada, extorquindo o ser político da base a usando em favor de projetos alheios. O novo jeito de fazer o movimento estudantil, no qual acreditamos ser o ideal, é o que consiste na intervenção direta dos estudantes nos processos políticos e decisórios no quais estão inseridos e que coloca estes estudantes como protagonistas da construção de seu movimento e não os seus representantes, delegando a estes apenas a função executiva do movimento e não deliberativa, pois esta cabe somente as instancias da base.

Por fim, destacamos que a ocupação da Reitoria se deu de acordo com a necessidade de radicalização do movimento estudantil grevista – já previsto em muitas ocasiões durante o processo de construção da greve. O movimento como um todo vem amadurecendo esta ideia de radicalização já há um bom tempo e hoje se concretizou em forma de ocupação, ou seja, é uma demanda do movimento grevista – visto que é só com a radicalização do processo que podemos pressionar localmente a reitoria para que responda com seriedade e compromisso às demandas estudantis locais. Dito isto, afirmamos que – ao contrário do que a nota publicada pela UFPR sobre a ocupação redige – a ocupação não foi impensada e desnecessária, mas fruto de um longo processo de construção e amadurecimento da greve em que, se os estudantes sentiram a necessidade de utilizar esse instrumento de luta, a responsabilidade é inteiramente da Reitoria por não apresentar propostas concretas em relação às nossas demandas/pautas. Cabe destacar que somos contra qualquer forma de criminalização das lutas e que pensamos ser natural a reação da Reitoria, afinal ela é representante da gestão do Estado e não poderia agir diferente, sempre apelando à conciliação (diferente de resolução) dos conflitos e tentando impor ao movimento os limites da legalidade, mas sabemos que nestes limites as conquistas dos movimentos nunca aconteceriam, pois a legalidade representa os limites da atual ordem. Neste sentido, afirmamos que ao contrário do que a Reitoria espera, intensificaremos nossas mobilizações até que obtenhamos uma proposta concreta e satisfatória sobre nossas pautas, compreendendo que este é um momento crucial para o nosso movimento se fortalecer e obter conquistas.

Afirmamos que o CQM estará ombro a ombro nas lutas! Apoiamos e reivindicamos esta forma de fazer movimento estudantil como vem se construindo na UFPR. Movimento calcado nas bases e organizado de forma que as decisões desta sejam soberanas. Acreditamos ser esta a forma de movimento capaz de materializar nossas conquistas e as necessárias transformações para a construção de outro projeto de educação. Desta vez, construído pelos “de baixo”.

Lutar! Criar Poder Popular!

Coletivo Quebrando Muros